domingo, 11 de fevereiro de 2007

P O E T Í T E S E..



Minha poesia não tem forma.
Sou rebelde, sou antítese.
Produto de emoções,
as mais vagas sensações libero;
por mais repentinas, que me contruam;
por mais amorfas, que me revelem,
livres, espontâneas...
os mais inusitados caminhos
ilimitados da criação!

Pois sou o poeta do instante;
do distante, do êxodo e do assombro...
Sou um artista selvagem,
impuro, maduro, que sente..
a veia táctil dançando,
na via láctea da mente.
Minha rima cai, de repente,
vadia, no meio do verso...
e despida, nua, assim se irradia.

Perdoem-me os vates vulgares,
príncipes narcisos das próprias poesias,
subordinados malditos da desdita métrica...
Sou dela o assassino mais frio;
o calculista carrasco mais sombrio,
porque a mato todos os dias em meus versos..
E se pareço um louco, insano, pervertido,´
é porque você, leitor, como eu, é mais um descrente
deste pouco inédito e intratável mundo divertido!


(Tadeu Paulo - 06/1985)

Tadeu Paulo
Publicado no Recanto das Letras em 11/02/2007
Código do texto: T377432

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