sexta-feira, 7 de setembro de 2007

INTERLÚDIO . . .








noturno é o canto
iluminado das estrelas;
a luz de prata da lua,
quando plena;
noturno é a noite
entre lençóis;
o caminho dos desejos;
noturno é o brilho
interior dos sonhos;
o calor refrescante
de um abraço;
noturno é a doçura,
às vezes selvagem,
de um beijo,
no instante do aconchego;
são os olhos do amor, amando;
noturno é uma taça
de vinho fino e
de boa safra;
são os corpos
juntos e dormitantes;
noturno é a expectativa,
não de um,
mas de vários amanhãs;
é o poeta pensativo
com seus versos e vertentes;
noturno é a impura consciência,
festejando duvidosas conquistas;
é tudo o que o diurno não tem;
noturno são os Noturnos
que eu tocava,
estudando Chopin;
é o murmúrio da solidão,
lamentando o ninguém;
noturno... sou eu,
é você... o mundo,
que fecha os olhos
e dorme,
para enxergar melhor!


(Tadeu Paulo -- 2007)

Tadeu Paulo
Publicado no Recanto das Letras em 02/09/2007
Código do texto: T635081

Um comentário:

Bel disse...

Se todas as coisas belas fossem Noturnos, eu adoraria viver um eterno noturno, querido poeta...Sua poesia ficou linda e encantadora, pois ao te ler, vejo a maravilha da vida cantada em versos, e a vontade de poder brindar contigo deste delicioso vinho que corre em tuas veias...Tim Tim à tua linda poesia, meu poeta favorito! Beijos