F R A G M E N T O S

Eu te vi brilhando
Como estrela
Eu te senti estrelando
O próprio brilho
Te vi flor
Te senti perfume
Me vi em ti
Aliviando a dor
Nos vimos tolos
Estranhos de ciúme
Me vi passeando
Entre dormentes
Perdido e pálido
Num mundo
Que desconheço
Sou criança
Não pareço
Sou menino
Não cresço

Como tu, sou vítima e vagão
Desse triste comboio...

Sou o afogadilho
Da água desse arroio
Que flui ligeira
Nessa espessa nuvem de frio

Se o meu destino é sombrio?
Não sei, e não queria estar
Como estou...
Só espero que fales
Que digas, ou grites
Mas não cales
E só se
me mandares embora...
...Daí eu vou!

Quero te ver brilhando
Como estrela
Te ver estrelando
O próprio brilho
Te ver flor
Te sentir perfume
Me ver em ti
Aliviando a dor
E nos revermos, tolos,
Estranhos de paixão
-- Mortos de ciúme!

(Tadeu Paulo - 09/11/06)
Tadeu Paulo
Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2007
Código do texto: T359285