sábado, 22 de dezembro de 2007

CARPE DIEM !




Aproveita,
enquanto há tempo...
e arranca a raiva
do meu rosto
doido, demente;
rasga o meu peito,
e de minhas
parcas entranhas
retira de mim
o verso dos sentidos,
ainda por fazer;
dilacera minhas
velhas e sofridas veias,
e deixa esvair
todo sangue e poesia
que nelas correm
e me socorrem
em momentos
de eu ser;
deita-me depois
no solo de barro,
bem molhado,
e deixa-me quieto,
esperando o nascer do Sol...
e que ele, me iluminando,
faça com que me veja
-- pálido e claro --
sorrir, para você;
fechar os olhos,
para o Sol,
me despedir...
e depois morrer !


(Tadeu Paulo -- 2007-12-21)

Tadeu Paulo
Publicado no Recanto das Letras em 22/12/2007
Código do texto: T788573

Um comentário:

Bel disse...

Sua poesia é forte, querido poeta...parece um desabafo num momento de ira...mas te compreendo porque todos os poetas já passaram por momentos assim, ou ainda irão passar. Espero que este momento doído seja apenas inspiração para sua poesia e que continue trazendo suas poesias lindas que tanto bem faz a minha alma e a de muitos que aprenderam a te admirar. O Sol nem precisa aparecer, pode chover, ser inferno o ano inteiro, porque suas poesias sempre trarão o calor humano em forma de doces palavras aquecendo assim nossos corações tão sedentos de um pouco de sonhos, que em nossos dias estão escassos e sem graça, exceto na poesia que trazes para o nosso deleite. Beijos Carinhosos