Viver na escuridão
do maior dos sentimentos;
fenecer em meio
a sombras de esperança;
não sentir o aroma
de manhãs carpidas de saudades;
não lamentar a noite
apaixonante, que o dia acorda;
não se embriagar da paciência
impaciente da espera
e não do perfume inebriante
da presença;
não ver, diante de ti, o Sol
como frágil luz de vela
em face da força do teu brilho;
não orar perante o teu retrato
pela cura do teu abraço,
ou pelo milagre do teu beijo;
é viver sem entender valores
que só ao seu lado a vida tem;
é não ser amparado
na angústia do sofrimento;
é incorporar a realidade cruel
de cada um de todos os dias
e não conhecer as loucas
doces e fantásticas fantasias de dividir
amor, prazeres e sonhos...
é ser um mortal inerte,
frio, sem paixão,
é ser mero desconhecido,
em meio à multidão...
e de fato, é morrer...
sem nunca ter vivido!
(Tadeu Paulo – 2007)
Tadeu Paulo
Publicado no Recanto das Letras em 08/06/2007
Código do texto: T518276
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