quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

V I S Õ E S . .





Não tenho tempo
para lamúrias,
nem para maldades,
mentiras e injúrias;
ou para o estupor
de minha mente assustada...
E se choro,
eu o faço não por mim,
mas pelo objeto
de minha tortura;
do sofrimento impingido
a quem não tem defesa...
Sou, apenas,
um paladino de sentimentos;
talvez o mais simples,
talvez o mais candente,
ou daquele que nos toca
e nos tange rente à terra,
murmurando algo aos ouvidos,
com seus lábios sedutores e quentes...
Sou o guardião singelo de gentes,
que se ajoelham
e oram sofridas,
que se dobram,
sob chicotadas desferidas...
ardem de dor...
mas só querem amar...
Nosso coração
não carece de escolhas,
mas aponta hirto e decidido,
louco e aflito
para o seu alvo e destino...
E quando a gente se apaixona,
deixa a frágil velhice
e vira um ágil menino,
que pula, salta e rodopia
em torno de seu próprio eixo.
Acorda, madrugada dessas,
no entanto,
e não percebe
que não pertence mais
a esta vida;
livrou-se, afinal,
da forma dolorida --
onde nem o tempo sabe
o tempo que o tempo tem --
pra "viver",
a verdadeira dimensão,
a dimensão infinita...
onde a maldade...finalmente
não tem mais sentido!

(Tadeu Paulo, em 24/08/06).
Tadeu Paulo
Publicado no Recanto das Letras em 07/02/2007
Código do texto: T372200

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